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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

(...)

Abaixar a cabeça
pode ser pedância.
Não olhar nos olhos,
pode não ser solidão.

E assim, é preciso mergulhar
nos infinitos poços da significação.
Mas reconhecer, antes de tudo:
Não há plenitude aqui.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Acampamento

e as crianças,
instigadas por um desafio
travam-se todas:
pa-bi-baqui-gafro

domingo, 10 de julho de 2011

A cruz e o caminho

Entre a espada e a cruz há caminho,
Entre a mente e o céu tem espinho,
Entre o peito e o povo há carinho,
Entre a ponta e o bastão há uma lança,
que perfura um abdômen, sozinho.

Mas o estandarte maior dessa vida
deveriam ser os pés, sujos.
Porque entre a espada e a cruz há caminho,
e no fim, encruzilhada.

O madeiro pode ser felicidade,
porém, não pode ser motivo maior:
na cruz morreram todos os subversivos,
mas nenhum caminhou como Cristo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para Cicinho

Um dia me contaram
Sobre coisas que não tem nome
E que apenas são sentidas
no ar
Assim, encontrei um misto dessas coisas
dentro de mim.

Diziam respeito às paixões,
diziam respeito aos medos
mas
- o que realmente vem ao caso -
também diziam respeito aos irmãos.

Esse amor todo é indice
e aponta para o futuro
da descoberta gradual de um sentimento
que vai perdurar

Um daqueles milhões que não tem nome
Mas que se sente mutuamente
No abraço de irmão
No carinho e proteção
Do braço forte meu
e teu.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meu aniversário (2)

O desenrolar
da
lingua de sogra
sobre
o rosto feliz
sobra
cobra
de felicidade, chora.
O choro, a vela,
o bolo.
Dedo
fura bolo
o pequenininho tira o glacê.
pra agradecer
ao pai
do céu (e também o da terra)
o bom gosto de fazer aniversário
no mesmo dia de Ringo Starr.
Estar,
assim, feliz, sem mais
não é dom do cumpre anos:
é dom dos moços, das moças
que quero ter perto por aqui
um doce,
docinho
pra sobrar, soprar
a vela
e soprar e ver
O desenrolar
da
língua de sogra.

E quando tudo acabar,
amanhã
na manhã
tem cachorro-quente,
gente,
frio no café
e bolo sobre a mesa,
no almoço,
moça,
sobremesa.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Força, rapaz

Força, rapaz...
ainda há amanhã
ainda há muito a viver
ainda há solidão

Força, rapaz.
e tenha peito de aço
e tenha faísca no braço
e tenha chama no coração

Força, rapaz!
não perca o que te faz ser
não perca o que te faz perder
não perca o que te faz são

Força, rapaz,
pois abraço é nó de carinho
pois palha é nó de ninho
pois mente é nó de emoção