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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

moeda

o homem que escreve um poema e o dá é como a mulher que tira sua última moeda do bolso para entregar ao necessitado. mas o senso de justiça de um homem poeta é suficiente para torna-lo amargo ao ver que o mundo não o recebeu bem. sucedem-se sonhos, lembranças, e o seu corpo toma as dores.

ontem a noite sonhei que era poeta, e como quem entrega tudo o que tem, cantei: houve um dia uma mulher que deu tudo o que tinha. Mas canto não enche prato, moedas compram comida. e eu, poeta, no sonho, acordei quando a fome ardia.

o homem que escreve um poema precisa de que uma mulher dê sua última moeda a ele. caso contrário, morre amargo, de fome.