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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Nonada

Achei no chão do meu quintal,
no roçado,
uma página de uma coisa complicada
dificil de filosofia.

Homem-burro que sou,
só sei plantar,
Cavei o chão, pus ela lá.
Dois anos depois, acredite só, nasceu um pé-de-livro!

Aí tomei, e comi, me fartei.
Afinal, o que mais fazer com o fruto de saber,
se nem abêcê aprendi?
Só sei plantar e comer.

E ela encheu meu bucho.
E sobrou pro zé, pra antônia,
sem contar os pivete que pulavam o cerco
pra roubar tal de fucô, tal de chope.

Veio um velho metido,
disse que era pra ler, aprender,
crescer como indivído.
Que não devia comer livro.

Ah, que fazer com um fruto desse
que plantando dá aqui,
se não tomar, comer, me fartar?
Só sei isso. Não sei de nada.