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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mixtape Feminina

Aí está, seguindo o exemplo do meu amigo Tiago Dias, uma mixtape, agora só com músicas que contenham nomes de mulher. Recomendo todas, maravilhosas. (As mulheres e as músicas)

1 - Polythene Pam - The Beatles
2 - Roxanne - The Police
3 - Layla - Cream
4 - Aline - Los Hermanos
5 - Billie Jean - Michael Jackson
6 - Dona Olympia - Clube da Esquina
7 - Grace Kelly - Mika
8 - Dona Cila - Maria Gadú
9 - Dani California - Red Hot Chili Peppers
10 - Adeus Maria Fulô - Mutantes
11 - Ruby - Kaiser Chiefs
12 - Sheena is a Punk Rocker - The Ramones
13 - A história de Lily Braun - Chico Buarque
14 - Angie - Rolling Stones
15 - Ana's Song - Silverchair

As vitórias.

Fiquei em 18° lugar no concurso de contos do Gato Sabido. Meu conto será publicado. Todos vocês já devem imaginar como estou feliz, dado que meus primeiros períodos estão extremamente curtos. Como no conto. É. Isso ai. Tô feliz mesmo, tanto até que tô informal demais. Mais do que o normal.

P.S. Agradeço ao Stefan que revisou meu texto, e a Carol por ter me falado do concurso. Obrigado.

sábado, 26 de junho de 2010

Hoje

Hoje, todos os meus planos
resolveram dar errado.
As pessoas sairam
e eu fiquei.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Meu aniversário de trinta e um anos

Foi justamente nesses dias que eu senti falta de um amor. Não necessariamente algo concreto, um amor-qualquer-coisa, só pra enganar a razão: Estou farto dela. Aquele amor que você só precisa achar que o outro gosta de você, quando na verdade ele nem se ocupa em pensar na tua existência. Bolsas de valores e mercados e músicas e talvez outras pessoas povoam a mente dele. Sim, necessito encarecidamente dum amor, por que na quinta passada lembrei do meu irmão, e de como o fim dele foi trágico. Linfoma. Ele era o único que me fazia não precisar de amor de mulher, como se tivesse uma propriedade sobrenatural que supria todas as minhas carências e deficiências, enganando-me, e me fazendo perceber que eu era perfeito. E agora ele tinha ido descarga abaixo, e me deixado sozinho, percebendo que não era perfeito coisa nenhuma. Foi justamente nesses dias que eu senti falta de meu irmão, de um amor. E agora confesso que já não sei mais se preciso de um amor pois sinto falta de meu irmão, ou preciso de um irmão pois sinto falta de um amor. Acho que um pouco dos dois, pra enganar a razão. Engano-me pensando que um amor assim vai me saciar de tal forma? Talvez sim. Mas talvez não, e prefiro continuar acreditando nisto.

Foi justamente nesses dias que eu me lembrei dum amor, e de como havia corrido e corrido contra o vento, me cansado por um faz-de-conta qualquer. Sim, eu necessitava de me cansar em vão, de povoar a mente, de me ocupar com as coisas fúteis e superficiais, pois o profundo já não me dava mais prazer. Lembro-me dela. Nem era tão bonita assim. Ou era, e eu não quero mais que seja. Lembro-me de quando esboçou corresponder, e de como o meu mundo passou de algo concreto para uma festa debandada, de fantasias e ilusões, palhaços e balões e arco-íris e nuvens. Todos os movimentos, mesmo os mais bruscos, se tornaram um espetáculo gracioso diante dos meus olhos. Casamo-nos, tivemos filhos, eles cresceram, eu tive um carro, uma casa, uma rotina só minha e um trabalho só meu, um salário que administrava com fervor, e que sempre sobrava para agraciá-la com vestidos caros e bolsas caras e múltiplos sapatos... como sustentava com alegria as suas vaidades! E, de repente, vi que tudo isso era mentira. Não havia sapatos, vestidos, filhos, carros ou arco-íris. Voltei a minha insignificância, ausente de qualquer função, nupcial ou social. Ela apenas esboçou corresponder. E esboços nem sempre saem do papel. Agora contento-me em necessitar de esboços apenas, do alto dos meus trinta e um anos, sozinho, só.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Fardo

Vem, que o dia já morreu
sorriso não há mais
Não há mais alma viva, vista
que trago satisfaz
Vem, e traga também
me expulse do teu peito
e eu, sumo no ar
falta não farei
até você perceber
a falta que trago faz
até precisar de mais
de mim.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Medo

O medo é escuro.
Nunca sei se é medo,
ou se é dor.
Pois o aperto
é um só.
Mas as vezes eu sei.
Medo é escape, instinto,
medo é ser menor.
Dor é aviso, instinto,
dor é estar melhor.
Dor é pra passar,
medo é pra matar.

domingo, 20 de junho de 2010

Acerca das fotografias

Fotografias me fazem mal.
Fazem mal a quem vê.
Pois se não somos nós a sorrir,
estamos nós a chorar.
E se somos nós a sorrir,
agora não sorrimos mais.
Trazem consigo as lembranças
de um tempo que foi bom.
Ou fingidamente bom,
mas isso não importa,
pois enquanto fingimos é verdade,
e fingimento só se torna no fim.
Olha-se o sorriso
- seja ele próprio ou não -
e o aperto no peito é inevitável.

Portanto proponho uma revolução
na forma de fotografar os momentos:
Que seja uma criança a chorar
por não saber ser.
Que seja alguém com fome
e que vai se saciar.
Que seja alguém doente
na iminência de sarar.
Que seja uma briga
que logo fará par.
E assim podemos nas fotografias
momentos ruins assistir,
para que sintamos tristeza
na iminência de sorrir.

sábado, 19 de junho de 2010

Angústia

ai meu deus do céu que angústia que me pegou
me arrastou pelo beco da mente
me afogou, me afogou
em pensamentos
não lembro nem mais onde eu tava o que eu fiz
com quem falei, meu deus do céu, o que será
eu nem bebi, eu nem chorei, eu nem corri
nem me matei, nem fui pro céu
Mas que inferno!
Ai Deus, o que será que me aflige, há tanta coisa pra sorrir
estou aqui, cá estou, olhando em volta
procurando um motivo, um biscoito
umas cadeiras, uns amigos,
uma tevê, algum programa e muita conversa
e eu ainda não sei, por que fiquei assim.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Motivos

Não tenho que te dar motivos.
Motivos já te dei demais.
Agora guardo em mim minhas desculpas
E faço como qualquer faz.
Já te dei razões suficientes
Pra montar razões do que eu fiz.
Se tristeza é o que me restou
Me restou tentando ser feliz.
E nada mais peço a ninguém!
A não ser um conselho banal,
Uma ou duas medidas de café
Pra curar qualquer doença astral.

Não tenho que te dar motivos.
Motivos já te dei demais.
E foi tentando ter razões pra vida
que perdi minhas razões pra paz.

domingo, 13 de junho de 2010

- O mundo é de cor.

Mas se o mundo é de cor, vem me explicar com quantas cores se faz
a canoa que na vida dá fim. Se mundo é branco de barco,
e no mundo me embarco, qual a cor da passagem?
Tá com tom de viagem, coisa passageira,
cara de cinza-relógio, que faz
num esconder do verde-mar
da vista, passar,
ir, morrer,
findar
finar.

Ignorância

Tem dia que a gente pensa que é o mais profundo
Só por que cruza umas esquinas no pensar
Ai a gente vê que nem tudo é vida, social e melodia
E que tem muito mais local pra cruzar.
Tem travessa alameda rodovia ciclovia
Tem beco sem saída com saída viaduto
avenida parque viela linha amarela
e vermelha e a cor que Deus quiser.
Pra que cruzar isso aí tudo?
O que tem de mais profundo
É descer um piano de cauda
do sétimo andar do edifício

Punho

Seu punho é vento.
Vento que soprou em mim,
mas não como rajada, não,
como brisa, carícia.
Seu punho é vento.
Vento inspirador,
que como vento,
sopra e bate em quem quiser.

Segurei tua mão
Com a caneta em punho.
Mas meu punho não é vento,
muito menos instrumento
que te guia.
Segurei tua mão.
Mas ela nada
nada escrevia...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ah, Alegria!

Alegria
é dia que passa
é olho que pisca
é vida que para

Alegria
é prenúncio
é anúncio
é futuro

Alegria por quê?
Se da vida o que nos resta
é destino de flor?

Alegria por que
A vida é o que nos leva
Pr'aquilo que nos resta:
Deus, amor.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O sol, a lua, o Bem-te-vi

(inspirado em um verso da minha amiga, Mari Aylmer.)

Da janela do meu quarto olhei,
e uma das coisas mais prazerosas vi:
O sol, a lua e o bem-te-vi
envoltos numa discussão.
O sol, sempre enérgico,
gritou que era dos astros o maior,
o mais quente, e assim, o melhor
e que esquentava o bem-te-vi.
A lua, na sua timidez,
Nada fez se não concordar
com uma chacoalhada de cabeça
e um diminuto "É".
- Ei!!
Disse logo o bem-te-vi
- que nem astro é -
Resolveu ir de encontro ao astro rei.
Bateu as asas, fez barulho,
voando e esbarrando em todas as folhas
pra fazer confusão.
O bem-te-vi era mesmo um valentão.
Com medo de que o pássaro
pudesse voar até ele
e descobrir seus maiores segredos,
o Sol se recolheu atrás das montanhas verdes.
A lua então, saiu sorridente,
como que liberta.
O bem-te-vi ficou contente,
e se escondeu não sei aonde,
sabendo que uma hora
o sol ia voltar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Briguei

briguei comigo mesmo.
agora estou só dentro de mim.
nada mais se comunica:
se quero andar, mexo os braços,
se quero pensar, durmo.
esse meu eu,
pirracento.

foi no sábado passado.
a gente gritou, se desentendeu
e ainda não voltamos a nos falar.
esse poema é só pra desabafar.




(post de n° 100, palmas)