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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

domingo, 20 de novembro de 2011

Perdão, Parede

-Perdoe-me
é o que a parede me diz
e eu que pensei que ela só tinha ouvidos
agora tem boca, e pelas palavras, coração.

Um sorriso de canto responde
e reforça a estrutura da casa, que, obviamente
ainda seria sem a dita parede
mas ela está ali.

E foi o que eu pensei, assim:
as vezes Deus nos deixa viver
por redenção.

E a vida, quando não há mais sentido em mim
pros outros torna-se uma grande lição.

Portanto, quando eu me tornar parede,
inútil, imóvel e sem reação
quando eu padecer, idoso numa cama
que eu sirva pra pedir perdão.

sábado, 12 de novembro de 2011

Fluminense

Tudo o que a torcida venera
é o tanto guardado no peito.
Tudo o que se espera (desse jogo)
é que se jogue direito:
Meu deus! - diz o narrador
É mais um gol de bicicleta!
Fred dá cambalhota, dança, comemora
- e eu cá, do outro lado do televisor -
levando avante o tricolor.

domingo, 6 de novembro de 2011

Felipe

- É, Jorge. E como eu faço pra ir daqui ao centro?
- Pega o 45 sentido rua da Câmara.
- Desce no ponto da lanchonete?
- É, Felipe.

Naquele dia Felipe desceu no ponto errado, e não tinha o dinheiro pra voltar. A pé, solução escolhida, pensou na vida e no espaço.

Escreveu uma poesia no chão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Poema do chão

(Escrevi esse poema com giz, no chão de algum lugar)

Os passos que passam
Levam as flores
E do chão só restou o poema

E com os passar dos passos
As cores irão
Do poema, só restará o chão