segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Pantone
o nosso amor
é como uma velha
que tendo a casa nova
pinta as paredes por pintar
o nosso amor
muda de cor
só por mudar
pra ser maior
é da pantone
esse nosso amor
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Gênese
Antes de tudo, o escritor é vazio. Não é tabula rasa, não é bom selvagem, não, nada dessas merdas que se inventa por aí. É algo que não se pode pensar-imaginar e portanto entra no obscuro campo das coisas que não existem-significam. Pense só num ser que é vazio de tudo, um ser que não é: o artista já nasce com a contradicção em sua boca. É fanho de natureza e de propósito/destino/vontade.
A palavra nasce juntamente com o escritor, e o encontro dos dois é o que se chama por aí complementaridade (quando um excesso se acopla a um vazio) e o que não concordo. A relação homem/palavra é a fusão de dois vazios formando uma identidade concreta. Absurdamente concreta.
O vazio do homem encontra-se com o vazio da palavra e eles começam a andar juntos. É o que Pessoa fez quando descobriu que várias palavras nasceram com ele. Justamente por ser vazio, encheu-se delas, e elas, por serem vazias, encheram-se dele. Não há outro Caeiro. caeiro Caeiro.
O escritor é filósofo/scientista/astronalta espacial/filólogo. É técnico em tudo o que faz. É técnico até no erro, no juntar da letra e da palavra, na História, na mensagem. Transforma uma história em Tese.
mas antes de tudo
(com o perdão da contradição)
o escritor é poeta
e ouve luz.
A palavra nasce juntamente com o escritor, e o encontro dos dois é o que se chama por aí complementaridade (quando um excesso se acopla a um vazio) e o que não concordo. A relação homem/palavra é a fusão de dois vazios formando uma identidade concreta. Absurdamente concreta.
O vazio do homem encontra-se com o vazio da palavra e eles começam a andar juntos. É o que Pessoa fez quando descobriu que várias palavras nasceram com ele. Justamente por ser vazio, encheu-se delas, e elas, por serem vazias, encheram-se dele. Não há outro Caeiro. caeiro Caeiro.
O escritor é filósofo/scientista/astronalta espacial/filólogo. É técnico em tudo o que faz. É técnico até no erro, no juntar da letra e da palavra, na História, na mensagem. Transforma uma história em Tese.
mas antes de tudo
(com o perdão da contradição)
o escritor é poeta
e ouve luz.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Corda Bamba
E talvez seja por isso que muitas vezes não sei discorrer sobre as dores, ou não sei lidar com um sentimento necessário. Talvez seja por isso que o meu corpo não obedece o espírito, e o meu espírito luta contra o meu corpo. Talvez seja por isso que todos precisem ser salvos.
O homem e
sua propria corda bamba
se perdem
O homem e
sua propria corda bamba
se perdem
anda
a cair
de um lado
pro outro,
ainda que
em certo ponto
doa
é muito mais confortável
deitar-se no colchão
da falta de habilidade
e quando souber,
suspirar
e quando doer,
aguentar
nunca
se equilibrar
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