Folha qualquer eu vou carregar na beira:
O inverno já vai chegar...
Como a onda que vem pra me arrastar, profundo
na iminência...
Como formiga no mar, sem poder afundar e sem saber nadar
À deriva até o finar.
E os tentáculos do céu, acinzentados de medo
Ameaçam desabar.
A chuva que cai só faz me empurrar, ajuda
A nuvem me diz:
Se vá, pra nunca mais voltar.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Prosa prosaica
Me diz
antonio
Se a vida é o que basta...
Se existir é o que nos resta!
Não és tu
antonio
Grande conhecedor do tudo
que fala do nada
e fala de
antonio?
Ou cá, ou lá.
Porque não posso escolher
os dois, à pá?
Diz pra mim
antonio
antonio
Se a vida é o que basta...
Se existir é o que nos resta!
Não és tu
antonio
Grande conhecedor do tudo
que fala do nada
e fala de
antonio?
Ou cá, ou lá.
Porque não posso escolher
os dois, à pá?
Diz pra mim
antonio
domingo, 25 de abril de 2010
Depressão
(...)
Faz do músculo, coração.
(...)
Faz das palmas, mão.
(...)
Faz das almas, oração.
Não
Não.
Não!
(...)
(...)
Faz da mente, escuridão.
Sem fim
Sim!
Sim.
Sim
(...)
Faz do assado, assim.
Faz do músculo, coração.
(...)
Faz das palmas, mão.
(...)
Faz das almas, oração.
Não
Não.
Não!
(...)
(...)
Faz da mente, escuridão.
Sem fim
Sim!
Sim.
Sim
(...)
Faz do assado, assim.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Casa muito engraçada
Era uma casa muito engraçada.
Tinha tetos,
tinha chão,
penico e sacada,
mas além das paredes
e da beleza ostentada,
possuia uma família
plenamente desestruturada.
Tinha tetos,
tinha chão,
penico e sacada,
mas além das paredes
e da beleza ostentada,
possuia uma família
plenamente desestruturada.
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Resolução
- Dos sonhos todos, amigo, tomei um.
Um apenas, nada mais.
Nem demais.
- Mas ele não se realizou.
- Que farei eu, pois?
Tomarei outro sonho pra mim,
ou deixo tudo como está?
- Diga-me você,
já que não cabe a mim sonhar.
- Há o medo de falhar...
- Mas há vontade de tentar.
- É, isso há.
- Então sonhe em não sonhar.
Um apenas, nada mais.
Nem demais.
- Mas ele não se realizou.
- Que farei eu, pois?
Tomarei outro sonho pra mim,
ou deixo tudo como está?
- Diga-me você,
já que não cabe a mim sonhar.
- Há o medo de falhar...
- Mas há vontade de tentar.
- É, isso há.
- Então sonhe em não sonhar.
domingo, 18 de abril de 2010
Aos tolos apaixonados
Vós sois motivo
da minha ironia.
(risos)
Dão conta de ser
aquilo que não seriam
caso estivessem
chagados, pelo costume
ou a solidão.
Engraçado é,
a falta de parcimônia,
as palavras, ditas sem consciência...
E quando ditas, de olhos apertados,
tangem a clínica demência.
Ah, dá-me um antídoto, por favor!
da minha ironia.
(risos)
Dão conta de ser
aquilo que não seriam
caso estivessem
chagados, pelo costume
ou a solidão.
Engraçado é,
a falta de parcimônia,
as palavras, ditas sem consciência...
E quando ditas, de olhos apertados,
tangem a clínica demência.
Ah, dá-me um antídoto, por favor!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Mais um
se entregou ao amor mais um
mais um se descuidou
consentiu a queda vã
e não mais se importa
não se preocupa em se preocupar
seus versos descuidaram-se
seus cantos desafinaram-se
e seus olhos foram cobertos
agora ele anda nas ruas à toa
na rua qual o nome mais lhe agrada
com um sorriso tolo e ao mesmo tempo
dono do mundo
até morrer o que se tem
tudo está tão bem
se entregou ao amor mais um
mais um se descuidou
consentiu a queda vã
e não mais se importa
não se preocupa em se preocupar
seus versos descuidaram-se
seus cantos desafinaram-se
e seus olhos foram cobertos
agora ele anda nas ruas à toa
na rua qual o nome mais lhe agrada
com um sorriso tolo e ao mesmo tempo
dono do mundo
até morrer o que se tem
tudo está tão bem
se entregou ao amor mais um
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Pé de ipê
Ipê:
É pé de quê?
É pé de não sei,
não dá pé pra saber...
Amarelo que só,
ri profundo esplendor
ouro que só cor é,
mas vale amor
e compra sorrir.
Ipê:
É pé de que?
É pé de não sei,
não careço saber...
Pois o apreço que dá,
o aperto que é nó,
faz da vida esquecer
e desabrocha em querer
ver, ipê.
É pé de quê?
É pé de não sei,
não dá pé pra saber...
Amarelo que só,
ri profundo esplendor
ouro que só cor é,
mas vale amor
e compra sorrir.
Ipê:
É pé de que?
É pé de não sei,
não careço saber...
Pois o apreço que dá,
o aperto que é nó,
faz da vida esquecer
e desabrocha em querer
ver, ipê.
Esmero
Faço o que quero.
O que quero, não gosto.
Se fizesse o que gosto,
não faria o que quero,
e se não faço o que quero,
não faço com esmero.
O que quero, não gosto.
Se fizesse o que gosto,
não faria o que quero,
e se não faço o que quero,
não faço com esmero.
domingo, 11 de abril de 2010
Conservadorismo Poético
Diga quantos tempos me faltavam,
para que ao certo me programe,
e então evite o mal infame,
maculando os que me inspiravam.
Em dez tantos juro ser preciso!
Privar-me-ei da modernidade,
usarei canto de castidade...
Lembrarei de tudo que é inciso.
Cá escrevo para a mocidade;
Claro, para o bem do legalismo,
E para a defesa da verdade.
Para que se veja novo dia!
Que brilhe nosso patriotismo,
E a tradição da poesia.
para que ao certo me programe,
e então evite o mal infame,
maculando os que me inspiravam.
Em dez tantos juro ser preciso!
Privar-me-ei da modernidade,
usarei canto de castidade...
Lembrarei de tudo que é inciso.
Cá escrevo para a mocidade;
Claro, para o bem do legalismo,
E para a defesa da verdade.
Para que se veja novo dia!
Que brilhe nosso patriotismo,
E a tradição da poesia.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Versos desconexos
prefere-se ser
pois o não-ser
é inevitável.
olhando para
essências, vemos
inexistências
é vendo
que se vende
o que se vendava
Gato
Rato
Cão.
pois o não-ser
é inevitável.
olhando para
essências, vemos
inexistências
é vendo
que se vende
o que se vendava
Gato
Rato
Cão.
domingo, 4 de abril de 2010
Foto e Grafia.
Uma foto deixou-me...
Atrás desta uma grafia.
Deixou-me sem ao menos
Pertencer-me.
Mas a tive nas mãos,
A foto, sim!
Lembro-me do tom claro-carmim
De uma paisagem que nunca vi.
Morros e sorrisos,
Num tom de sol menor,
Triste, porém fingindo.
Uma foto você me deixou.
Me deixou, sem ao menos
Pertencer-me.
Atrás desta uma grafia.
Deixou-me sem ao menos
Pertencer-me.
Mas a tive nas mãos,
A foto, sim!
Lembro-me do tom claro-carmim
De uma paisagem que nunca vi.
Morros e sorrisos,
Num tom de sol menor,
Triste, porém fingindo.
Uma foto você me deixou.
Me deixou, sem ao menos
Pertencer-me.
Ao início.
De volta ao início de tudo,
Quando encontrei-me aqui.
Mas, tudo já não parece como no início...
Talvez não tenha rompido o espaço-tempo,
Pois leves discrepâncias encontrei.
O que era de cor, descorou
O que era de flor, desflorou
E tudo mais que era, deserou...
Mas mesmo assim, estou
De volta ao início de tudo.
Quando encontrei-me aqui.
Mas, tudo já não parece como no início...
Talvez não tenha rompido o espaço-tempo,
Pois leves discrepâncias encontrei.
O que era de cor, descorou
O que era de flor, desflorou
E tudo mais que era, deserou...
Mas mesmo assim, estou
De volta ao início de tudo.
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