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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O riso

Eu ri.
Ri por necessidade.
Ou por falta de qualquer esboço
de sentimento, sem esforço brutal.
Aquele riso, que se dá
mas se toma logo após.
Rir: tapar a dor atroz.
Que há assim no nós?
O passado que não muda.
Choro. O riso de vera.
Eu só ri.

Você riu.
Riu por cinismo.
Ou por falta de compaixão,
sabendo o dia que chorei então.
Aquele riso, que se empurra
goela abaixo de quem tímido sorri.
Rir: É só pensar em si.
Que há assim no nós?
O passado que não importa.
Choro. O motivo do teu riso.
Você sorriu.

Um comentário:

Tiago Duarte Dias disse...

Uma das melhores coisas que você já escreveu. Ficou bem bacana.