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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

De poços e poças

Dos poços, só no fundo
a umidade molha a língua
da humildade
de quem se prostra, face ao chão.

Dos poços, só no alto
se encontram os que olham,
e dos que estão ao fundo, humihados
Riem.

Dos poços, nas paredes
as pedras lisas e molhadas,
que evidenciam que não há
escapatória não divina.

Dos poços, o seu vácuo,
o ar que preenche o lugar
que deveria ser
água.

Dos poços, esses todos,
os que trazem alegria,
são os que Transbordam,
e são poucos.

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