Fotografias me fazem mal.
Fazem mal a quem vê.
Pois se não somos nós a sorrir,
estamos nós a chorar.
E se somos nós a sorrir,
agora não sorrimos mais.
Trazem consigo as lembranças
de um tempo que foi bom.
Ou fingidamente bom,
mas isso não importa,
pois enquanto fingimos é verdade,
e fingimento só se torna no fim.
Olha-se o sorriso
- seja ele próprio ou não -
e o aperto no peito é inevitável.
Portanto proponho uma revolução
na forma de fotografar os momentos:
Que seja uma criança a chorar
por não saber ser.
Que seja alguém com fome
e que vai se saciar.
Que seja alguém doente
na iminência de sarar.
Que seja uma briga
que logo fará par.
E assim podemos nas fotografias
momentos ruins assistir,
para que sintamos tristeza
na iminência de sorrir.
domingo, 20 de junho de 2010
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2 comentários:
Que coisa bonita! Outro olhar!
Eu, particularmente, adoro fotografias. E não me importo que sejam felizes, pelo contrário. Eu gosto é das felizes... é nelas que a felicidade tem rosto.
Que seja um presente passado e um futuro a melhor. Sempre.
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