Minha foto
Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

domingo, 17 de outubro de 2010

A paixão e Os meninos da rua Paulo

Nemecsek estava definitivamente doente. Mas deu sua vida pelo clube. Há de se arriscar a vida por algo, talvez por algo que se ama. Não, não, certamente por algo que se ama. O amor transcende a justiça. O amor se faz algo a mais, dando a quem se ama mais do que merece. A vida vale bastante. Pois bem, da mesma forma ele, Flávio, arriscaria sua vida por algo. Nemecsek merecia seu respeito. E por coincidência, sua doença iria matá-lo em pouco tempo. Se ele quisesse dar a vida por algo, teria de ser rápido. "Rápido, mas bem feito" pensava. Por que não arriscar a vida por um amor comum? Faltava água no filtro. Havia alguma em uma panela. Bebeu. "Que gosto horrível, gosto de metal, gosto de remédio, mas é só isso que tem mesmo, então bebe logo esta merda flávio, que você vai apontar sua vida pro canto certo hoje e vai morrer feliz".

Flávio subiu ao ônibus. Avistou a mais bela das meninas sentada no banco alto, do lado do corredor. Sentou no lado oposto. Olhou, virou, olhou, fez cara de dúvida, pensou, pensou. "Qual nome vou usar? Anda flávio, pensa logo nessa droga, se não a menina puxa a cordinha e você vai morrer feito teu tio, de repente e infeliz, naquele acidente de carro, morra de forma premeditada. Cacete flávio, pense, Carolina, Carla, Mariana! Isso. Ela definitivamente conhece alguma Mariana. Não tem erro flávio, vai que é tua." Olhou pro lado. "Vai Nemecsek! Vai, morra pelo sonho."
- Você que é amiga da Mariana?
Coincidentemente era amiga de Mariana, sim, muito amiga, confidente.
- Mariana Corrêa?
- Isso, essa mesma! Acho que eu te vi na festa dela!
Foi um salto no escuro.
- Acho que me lembro de você. Estava bêbado, não é?
- Talvez... não me lembro!
Ela morreu de rir. Flávio morria.
- Sente aqui - disse Flávio - assim a gente pode conversar melhor.
- Claro, por que não? Gostei de você.
"Isso flávio, você é o novo nome do mundo. Travou uma batalha importante, como Nemecsek. Pena que está morrendo, essa menina faria a ti um grande bem."
- Meu nome é Natália.
- O meu é Flávio. Eu também gostei de você. Acho que deveríamos nos encontrar, mesmo com a Mariana, qualquer dia desses.
- Acho que a Mari não precisa de ir.
E eles marcaram de ir ao cinema no dia 15. Dia 14 Flávio morreu. Tranquilo, feliz. Arriscara sua vida por algo que valia a pena.

2 comentários:

Anônimo disse...

É preciso inventar grandezas para existir, não!? risos. abraço!

mari_aylmer disse...

é.. mais um que morre..
fiquei com dó da Mariana! Foi usada!
hahahah

E com dó também das tantas pessoas que vc já matou..
hahahaha

Mto bom! =]
bjs