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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Proibido o amor!

Agora havia lei.
"Não se pode falar em amor!
É proibido amar!"
Dizia o aviso que li.

Fecharam-se as organizações,
os hospitais, os circos
os bares, motéis,
não haviam mais gorgetas
não havia mais serviço
(que não fosse o pago, mal feito)

Mais do que as organizações
hospitais circos bares motéis gorgetas serviço,
fecharam-se as pessoas.
(algumas de vera nunca foram abertas)
Fecharam-se as possibilidades do bem.
Mendigos morreram, sem amor, sem amar
As crianças não mais riam, os palhaços choravam
- os cães não abanavam mais os rabinhos!

Não havia mais abraço,
não havia mais beijo,
não havia mais ódio carinhoso, pensamento em cadeia,
não havia mais pele para sentir,
apenas panos, panos, panos,
que levavam a duras penas
o que leva discórdia no mundo.

E cresceram as religiões!
As igrejas lotavam cada vez mais, com cada vez menos fiéis
e cada vez mais postos, chefes, subordinados, ascenção e queda.
Acabou a liberdade,
porque agora quem não ia ao culto, no domingo
ia direto ao inferno.

Proibiram o amor.
Quem foi, não soube.
Só soube que sumiram, morreram,
todos aqueles que eram amor.

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