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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Avenida

A todos os que passaram aqui,
quando o vermelho se fez,
a todos os amores-paixão,
a todos que gastaram a tinta do chão.

Aos namorados, dados às mãos,
aos idosos de bengala e lentos,
aos deprimidos que para mim olhavam,
aos engravatados, enternados, que correndo passavam.

Aos que zombavam do tempo,
e aos que corriam porque era curto,
aos que se esgueiravam quando virava avenida,
quando passavam muitos, muitos.

Hoje ainda recebo os vossos pés.
E é um prazer ser colorida e bonita,
levar o nome de Roberto Silveira.

A vós dedico esse poema,
que fizeram de mim quem hoje sou.
Se engarrafo, mil perdões:
É só a vontade imensa de sentir bater no asfalto
um milhão de corações.

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