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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Câncer II

Há uma flor. Uma flor amarela, com caule longo, e, pequenas folhas amarelas. Possui algumas corolas, de diferentes tamanhos, umas seis. É o que me importa ver, além do que há atrás dela, que por singeleza de Deus, nosso senhor, o supremo cineasta, perdeu o foco. Tudo quanto é flor por trás dela é segundo plano, é desimportante, é quase-erva-daninha.

Há uma operação médica. Um tórax aberto, pode-se ver as entranhas, o sangue, algumas veias importantes. Parte do que envolve o pulmão fica a mostra. O lençol da cama é de um verde muito claro e manso. Os médicos usam azul, todos com mascara. Sob a luz de um potente holofote, cintilam os bisturis e outros instrumentos metálicos. É a retirada de um câncer, que por singeleza de Deus, nosso senhor, o soberano médico, foi posto ali. Tudo quanto é coisa boa por trás dele é posto em primeiro plano.

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