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Nem sempre sou quem escrevo, mas sempre sou quem escreve.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Explicações incoerentes sobre a incoerência diária



"Tô te explicando pra te confundir
tô te confundindo pra te esclarecer
tô iluminando pra poder cegar
tô ficando cego pra poder guiar."

(Tom Zé)

Pois bem. Há muito venho falando aqui, e sem maior explicações, sobre o nada da incoerência diária. Resolvi deixar claro - e isso é incoerente demais, peço perdão à toda a arte que já redigi até agora que fala sobre a incoerência - e dar coerência a minha incoerência, que continuará a ser incoerente, pois não há razão para uma incoerência ser de todo explicável.

Todo ser humano é incoerência. Um impulso. Texto que é excretado sem revisão posterior, sem perceber pontuação, e aí temos a prova viva de que nossa natureza não sabe ligar as coisas direitos. Precisamos repensar tudo o que é posto no papel, tudo o que falamos, repensar até os ideais para que possamos alcançar a tão desejável coerência. Vivemos em constante reformulação pessoal de nós mesmos ajustando nossas descontinuidades e dando lugar a novas.

Porque é tão ruim ser incoerente? Por que sim. Porquê nos cobram isso toda hora, saber usar corretamente os nossos por quês. Talvez aceitar? Sim, eu resolvi fazê-lo, e convido quem mais quiser artificar a incoerência que mora dentro de si a escrevê-la, pintá-la, construi-la, canta-la, varre-la. Escrever dentro do padrão que não há padrão. A regra é: Não há regras. E a regra já transforma a arte em arte - pois, se há a regra de que não há regras esta regra já está transgredida.

Como exteriorizamos a incoerência? Exteriorizamos a nicoerência através de impulsos. Os erros, as descontinuidades. Parece metalinguagem, mas não é. Ou é e não quer ser. Deixamos claro que a incoerência mora no ser quando ferimos por amor, quando amamos o ódio, quando vendemos ideais, quando dizemos sem pensar. O impulso precede a descontinuança de tudo. O mundo.

Espero assim, ter confundido a todos e também ter me privado de reclamações indesejadas. Espero que esteja tudo bem explicado.

4 comentários:

Tiago Duarte Dias disse...

Acho que entendi :P

Anônimo disse...

Só não vamos cair no equívoco de igualar erro e incoerência, má fé e confusão acidental, ou, pior ainda, dizer que qualquer coisa possa ser batizada de arte só porque espontânea. Adora essa letra do Tom Zé cantada pela Zélia.

Daniel Caldeira disse...

O que é um erro além de uma incoerência com o padrão?

mari_aylmer disse...

Acho que sou quadrada demais pra conseguir ser incoerente...

Quem sabe um dia eu explodo um pouquinho?