quarta-feira, 18 de maio de 2011
Risco de vida
A chuva. Chuva. Chhh. Diz respeito à sonoridade. Silêncio, diz ela. Silêncio. E a cidade obedece, passivamente, esquecendo-se da ganância que derrubou homens nas calçadas debaixo das marquizes. É incrível como a cidade silencia quando chove. E como ela se torna algo nostálgico. Gente corre, do mesmo jeito, carros passam, igualmente, e os prédios são titãs imóveis - como todos os dias. Mas mesmo assim, sobra a dor de quem se encharca. Ou apenas o silêncio. A quietude dá um ar de sobriedade, sensatez, arrisco a dizer sabedoria. E eu espero o ônibus, aqui, embaixo de um toldo. E é incrível como eu me sinto seguro, vai entender. É como se quando a dor me faltasse - a chuva - ela realmente me faltasse: como se me pertencesse, e fosse algo que eu reclamaria até o fim. E reclamo, pois se não, corro o risco de voltar a viver. Pra mim, só pra mim. Dos masoquismos, o amor é o mais singelo.
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Um comentário:
Está aprendendo hein filhão!! haha O texto ficou show, parabéns. Abração. =)
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